Delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram em assembleias nesta quarta-feira (05), entrar em estado de alerta para pressionar o presidente Michel Temer (PMDB) e o Congresso Nacional a manter a aposentadoria especial para atividades de risco e ameaçam entregar as armas ao governo, caso o pedido não seja aceito.
Segundo a atual regra, policiais e outras categorias que exercem atividades de risco podem se aposentar com 30 anos (homens) e 25 anos (mulheres), mas, caso seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da reforma da Previdência, eles passarão a ser enquadrados como a maioria dos profissionais com aposentadoria aos 65 anos de idade.
De acordo com informações da Veja, a decisão de entrar em estado de alerta veio após vários atos e assembleias em frente às superintendências regionais da PF pelo país e no mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que policiais de qualquer categoria não podem fazer greve.
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, que esteve no ato em Brasília, afirma que a reforma “põe em risco o justo tratamento previdenciário aos policiais”.
“A proposta retira da Constituição Federal a expressão ‘atividade de risco’, o que é um absurdo dado os riscos e desgastes sofridos pelo policial ao longo de sua carreira. Além disso, impõe ao policial que se aposente com no mínimo 65 anos, sendo que a expectativa de vida deste profissional varia entre 56 e 59 anos”, disse.
Como a greve de policiais foi proibida, a categoria considera agora, uma entrega coletiva de armas. “O STF reconheceu a vedação da greve aos policiais. É um reconhecimento também da importância da atividade policial. Vamos buscar outras formas de manifestar nossa insatisfação com a entrega das armas caso o governo entenda que a atividade policial é uma atividade que não oferece risco”, afirmou Sobral.
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